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História da Studebacker



Com 13 veículos

empresário de Campinas é o

                   

 'Senhor Studebaker'

 

Mario Ferretti, 66 anos, preserva história de montadora estadunidense. Museu nos EUA o considera o maior incentivador da marca no Brasil.

Na oficina de restauração de carros antigos no Jardim do Lago, em Campinas (SP), o empresário Mario Ferretti, de 66 anos, olha com orgulho para a sua picape Studebaker amarela, totalmente restaurada com peças originais. Um dos principais nomes do antigomobilismo, restauração e manutenção de veículos antigos, o paulistano é considerado o maior incentivador da marca no Brasil.

A paixão pelo modelo começou ainda na infância, com então seis anos de idade, Ferretti sonhava em andar na caminhonete do pai. “Quando eu era criança, sempre quis andar na Studebaker do meu pai. Mas com uma família de oitos filhos, ficava difícil levar todo mundo para passear em uma picape. Além disso, ele vivia trabalhando”, lembra. Em 1984, ele realizou o sonho ao comprar a ‘Azul’, uma picape Studebaker 1955.
A história da marca começa nos Estados Unidos com os irmãos Studebaker, que fabricavam carruagens, carroças e equipamentos desde 1852. Em 1902, eles passaram a produzir automóveis elétricos, que logo ganhariam motor a combustão. No pós-guerra, na década de 1950, a montadora atingiu o auge com a produção do modelo Champion, de 1939. O veículo foi desenhado por Raymond Loewy e Virgil Exner, sendo o primeiro um dos 100 estadunidenses mais influentes do século 20. Loewy foi responsável pela reestilização da garrafa da Coca-Cola e, em parceria com Bob Bourke, desenhou para a Studebaker os modelos Starliner e Starlight 1953, tidos como dois dos mais belos carros que o país já produziu.

A picape 1955 foi o passo inicial dos outros doze Studebakers que viriam. “Um dia eu passei em frente a uma concessionária de carros e vi a picape, a ‘Azul’. Naquele momento, em 1984, eu perdi o chão”, recorda-se Ferretti. Embora o carro estivesse na loja, o empresário disse que o proprietário da picape não queria vendê-la. Ele então recorreu a um amigo que convenceu o dono a fazer o negócio. “Eu consegui comprar e paguei na época o equivalente a R$ 3 mil. Até então eu tinha a intenção de comprar um carro só e realizar um sonho”.
Porém Ferretti não parou por aí. Veio a ‘Preta’, a ‘Amarela’ e, depois dessa, ele até parou de criar apelidos. No Studebaker Starligh 1948, o empresário manteve a originalidade do modelo, mas foi com a ‘Amarela’ que ele conseguiu atingir cem por cento das características originais da picape.

A ‘Azul’ é considerada a primeira picape com o estilo Hot no Brasil. “Eu fui o primeiro a fazer picape modificadas. Já exisitiam bastante carros, mas picapes não. E na Azul eu coloquei uma mecânica de 4.1 da General Motors (GM), turbo e nitro em 450 cavalos de potência. Modifiquei de uma forma como se fosse carro de competição”, revela.

O melhor prêmio Com o destaque que os seus carros trouxeram, os convites de encontros e entrevistas começaram a surgir e, o mais importante deles, veio em 1997, quando o Museu da Studebaker nos Estados Unidos descobriu Ferretti e lhe deram o título de 'Maior Incentivador da Marca Studebaker no Brasil’. “Me chamaram para ir lá, mas não pude ir. Desde então me convidaram várias vezes, mas ainda não deu certo. Quero muito ir”, orgulha-se.

Foi também em 1997 que Ferretti ganhou o que considera o seu “prêmio mais emocionante”. No ano anterior, o empresário foi com o filho até Águas de Lindóia (SP) em um encontro de antigomobilistas. A ‘Azul’ fez sucesso entre o público, mas como não havia feito inscrição com antecedência, ficou de fora da disputa.

“Voltei chateado para minha casa por não ter conseguido participar e meu filho percebeu. Então ele encostou a mão no meu ombro e disse ‘carinha não fica triste não, ano que vem você vai ganhar. Vai voltar e ganhar’. Então em 1997 de fato eu ganhei o prêmio, mas nessa época meu filho não estava mais comigo. Ele sofreu um acidente de carro e faleceu. Toda vez que ganho algum prêmio eu lembro dele. Por isso esse troféu foi especial, o melhor prêmio que ganhei”, revelou.

Amizades Além do entusiasmo em preservar a história da marca, para Ferretti a melhor parte dos encontros de antigomobilistas, são as pessoas que conheceu. Segundo o empresário, os Studebakers trazem à tona as histórias e lembranças de quem contempla os carros.

“Eu percebi que estava ajudando as pessoas a se lembrarem de familiares do passado, assim como eu. Eu tenho uma vida financeira saudável, mas mesmo com tudo isso ficaria difícil me aproximar e conhecer tantas pessoas. Já por causa da Studebaker eu vou criando esses laços. E num encontro de carros não importa sua classe social. Todo mundo ali está no mesmo lugar pela mesma paixão”.
Encontro de antigomobilistas As picapes históricas, incluindo as Studebaker serão homenageadas na edição de agosto do Encontro de Carros Antigos do Galleria Shopping, marcada para o próximo este domingo (26), em Campinas. Organizado pelo Clube V8&Cia, o evento já virou tradição e acontece das 8h às 15h no estacionamento inferior do shopping, que fica na Rodovia D.

Se um dia você passar por Campinas (SP) e bater o olho num Studebaker, certeza: o dono dele é o empresário Mário Ferretti,  considerado o maior incentivador da marca no país. Outra coisa que você vai perceber: o carro não estará à venda. Para o empresário o Studebaker não tem preço. A marca surgiu em 1852, em Indiana, nos Estados Unidos. Começou como uma fábrica de carruagens, depois passou a produzir veículos elétricos (Thomas Edison teve um) e, em 1904, entrou no mercado dos motores movidos a gasolina. A montadora fechou em 1966. Já a paixão de Mário pelo modelo começou há 15 anos e sua história parece não ter fim. Na garagem de sua casa, ele mantém uma coleção que foi adquirida aos poucos, com um trabalhoso processo de restauração. Proprietários de Studebakers de Brasília, Pernambuco, Minas Gerais e outros lugares nem tão conhecidos venderam suas preciosidades para Mário sem sequer olhar para o lado. Isso porque não tinham mais como cuidar delas e confiavam plenamente que o colecionador manteria viva a lendária marca. “Se depender de mim, o Studebaker nunca acabará. Penso até em montar um museu”, entrega. Quando conversou com a Trip, o empresário, de cabelos brancos e olhar sereno, chegou dirigindo seu Stud predileto – uma caminhonete impecável, reformada em 2003 (foto) – e acabou revelando mais que o criativo porta-malas localizado na parte de trás da caçamba: no ronco alto do motor e na pisada funda percebe-se que Studebaker e Mário Ferretti têm tudo para entrar na história juntos.